As novas configurações familiares
Cada vez torna-se mais recorrente na sociedade as novas configurações de família, desde a união entre duas pessoas divorciadas, até o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Felizmente, o preconceito é cada vez menor em relação às preferências alheias e o respeito aumenta proporcionalmente à aceitação.
Uma situação cada vez mais comum de encontrarmos é a de casais que se unem, mas que já haviam constituído uma família antes e, em muitos casos, possuem filho (s) dessa outra relação.
Os enteados, filhos de relacionamentos anteriores de um dos parceiros, é mais um membro da atual família que será constituída. E a dúvida que muitas vezes surge é: como tratar o filho do meu parceiro e que não é meu filho biológico? Será que me coloco no lugar de mãe/pai?
Não existe uma “receita de bolo”, uma forma de agir que se adeque a toda e qualquer situação, pois cada história tem suas particularidades. No entanto, há um dado concreto e relevante que é comum a estes casos e deve ficar claro: enteado não é filho, ele tem um pai e uma mãe, e por isso padrastos e madrastas não devem querer ocupar estes papeis.
Há que se respeitar os genitores da criança, bem como sua forma de educar e os valores que transmitem ao seu filho, mesmo que estes divirjam da forma como pensamos. A importância de um relacionamento saudável entre filhos e pais biológicos é inquestionável para um desenvolvimento saudável do indivíduo, principalmente do ponto de vista emocional e psicológico. E o bom relacionamento entre o enteado e o novo parceiro de seus pais também é importante, mas para isso há que se respeitar os papeis de todos os envolvidos.
Existem situações em que padrastos e madrastas acabam ocupando um papel de maior relevância na vida de seus enteados, como por exemplo se o pai ou a mãe biológicos moram em outra cidade ou mesmo se já faleceram. Há também aqueles enteados que se afeiçoam tanto ao novo parceiro dos pais que os tratam com tanto amor e respeito como se fossem seus pais. E quando estas circunstâncias se dão de forma natural, dificilmente configuram em problemas, pois nada foi imposto, mas sim conquistado.
Acredito que o verdadeiro respeito aos indivíduos envolvidos, somado à clareza do lugar que cada um ocupa, são os ingredientes mais importantes para que as mais diferentes configurações de família possam ser saudáveis e harmoniosas. E isso não significa que não haverá discórdia e pontos que deverão ser trabalhados, até porque as diferenças fazem parte da realidade de toda e qualquer família, e é exatamente na interação com nossos familiares que somos mais desafiados a nos lapidarmos e com eles que desenvolvemos os mais fortes laços afetivos.
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